Quer fazer seu dinheiro render? Fechar o bolso é o mais importante

Quer fazer seu dinheiro render? Fechar o bolso é o mais importante

Por Naiara Bertão, Valor Investe — São Paulo

Se você quer viver de renda por mais tempo, é melhor fechar o bolso do que passar horas tentando encontrar os investimentos mais rentáveis possíveis, correndo riscos muitas vezes incompatíveis com seu perfil. Quem mostra isso é a gestora de patrimônio Taler.

Acostumados a fazer planejamento financeiro e pensar na sucessão de famílias afortunadas, a consultoria fez uma simulação simples que mostra que reduzir as despesas pode ser muito mais vantajoso e até dobrar o tempo em que você terá dinheiro, do que a importância de novos ou maiores aportes nos seus investimentos.

“As pessoas gastam 99% do tempo olhando como investir melhor seu dinheiro e quase nenhum tempo em como gastar melhor seu dinheiro. O que descobrimos é que mudanças da mesma magnitude nas despesas e nos investimentos têm efeitos diferentes na perpetuação do patrimônio”, explicou Rodrigo Sgavioli, diretor de Planejamento Patrimonial da Taler.

O exemplo é o seguinte. Imagine uma família hipotética com um patrimônio acumulado de R$ 36 milhões, uma receita mensal de R$ 50 mil e uma despesa de R$ 150 mil por mês. Os rendimentos financeiros dessa família estão rendendo em torno de 6,5% ao ano. Descontente com o retorno e preocupada com a perenidade de seu dinheiro, a família resolve ir atrás de uma consultoria para fazer seu dinheiro render mais.

Cenário 1 — Foto: Valor EconômicoCenário 1 — Foto: Valor Econômico

Cenário 1 — Foto: Valor Econômico

Cenário 2 – De suas fontes de receitas, como aplicações financeiras, participações societárias e imóveis, a mais fácil de mexer é a primeira – afinal, existem opções mais rentáveis no mercado financeiro, ainda que mais arriscadas.

Depois de muita pesquisa, ela consegue que os R$ 20 milhões que estão aplicados em ativos financeiros renda 25% a mais, ou seja, saltem de 6,5% por ano para 7,50% anualmente. Só com isso, sem mexer no que entra e sai do caixa, ela conseguirá prolongar em 6% a expectativa de duração do patrimônio em anos, passando de 35,8 anos para 38 anos. Isso, mantendo todo o resto constante.

Cenário 2 — Foto: Valor EconômicoCenário 2 — Foto: Valor Econômico

Cenário 2 — Foto: Valor Econômico

Cenário 3 – Mas, se, ao invés de se preocupar em aumentar a rentabilidade das aplicações financeiras, essa família só cortasse seus gastos mensais em 25%, ou seja, gastasse 120 mil reais por mês e não mais R$ 150 mil mensais, o cenário muda. O patrimônio ganha 68% a mais de tempo de vida – pode durar 28 anos a mais. Se a família apertasse o cinto, seu patrimônio demoraria 63,8 anos para terminar.

Cenário 3 — Foto: Valor EconômicoCenário 3 — Foto: Valor Econômico

Cenário 3 — Foto: Valor Econômico

“Muitas famílias chegam até nós porque querem melhorar a rentabilidade de suas aplicações e fazer seu dinheiro render por mais tempo. Nós gostamos de usar esse exemplo para mostrar o impacto que os gastos fora de controle tem na perpetuidade do patrimônio. Esse controle é tão importante quanto se preocupar se está investindo corretamente”, comenta Paulo Colaferro, sócio-fundador da Taler.

Colaferro conta que muitos endinheirados estão aprendendo a usar com mais eficiência seu dinheiro e não esbanjar desnecessariamente. A economia compartilhada, por exemplo, é algo que também chegou à classe A. Para que ter uma casa de campo, uma de praia, um jatinho e um iate sozinho se você pode compartilhar com mais gente e reduzir despesas? Afinal, eles não usam o tempo todo mesmo…

“Reunião com famílias novas e já atendemos que estão preocupadas com a gestão do fluxo de caixa e orçamento familiar. A queda da taxa de juros também está forçando as pessoas a serem mais eficientes”, diz Rodrigo Sgavioli.

Apesar do exemplo levar em consideração uma família mais endinheirada, ele é importante para mostrar para qualquer investidor a importância de olhar o orçamento familiar com cuidado, principalmente os gastos, no planejamento financeiro e não só os investimentos.