Aos 23 anos, Bruna Carla Dariva abraçou um desafio. Jovem, mãe solteira e com vontade de fazer diferente, a filha de agricultores familiares tomou a frente dos negócios dos pais na comunidade de Rio Verde Dourado, zona rural de Erechim, a 370 km de Porto Alegre. Hoje, sete anos depois, ela se sente realizada.
Bruna relata que durante a caminhada nem tudo foram flores. “Por ser mulher a gente tem que provar duas vezes que a gente é boa, por vivermos em uma sociedade machista. Escutei de muitas pessoas de que pelo simples fato de ser mulher e jovem eu não iria conseguir. Isso não me desanimou e aos poucos fui ganhando meu espaço. ”
E o resultado de tanto trabalho gerou frutos. Aos 25 anos, Bruna fundou a Associação da Feira Central dos Produtores Rurais de Erechim, que possibilita que 45 famílias de agricultores familiares, liderada em sua maioria por mulheres, possa comercializar seus produtos diretamente para o consumidor final toda semana.
Além disso, este ano, a agroindústria de Bruna, a Niara Laticínios Artesanais foi premiada com o Troféu Senar – O Sul na categoria Agroindústria Familiar Rural –, o mais importante da Expointer e um dos mais significativos prêmios do agronegócio do Rio Grande do Sul.
Ela comenta que nunca imaginou receber um prêmio de tamanho porte. “Esse reconhecimento é a certeza de que eu estou no caminho certo. Serviu para sacramentar o meu trabalho e me assegurar que indo por essa direção eu só tenho a crescer. Tenho consciência de que não irei mudar o mundo, mas se eu puder mudar o local que eu estou inserida, mudar a vida de uma pessoa que seja, já vai ter valido muito a pena. ”
Bruna deixa um recado para todos os jovens rurais. “Não desistam! Não desistam dos sonhos, não desistam de sonhar. Porque é através do nosso trabalho, através das nossas mãos que a gente alimenta muitas pessoas. É através da produção do campo que a gente gera vida. Agricultura familiar é o caminho para um país sustentável. Eu acredito muito na agricultura familiar, eu vejo que é sim possível ter uma qualidade de vida e a gente não pode esquecer que a gente que alimenta a cidade. Porque se o campo vai bem, a cidade vai bem. ”
Com informações da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo